Parar pra pensar na vida tem sido o que mais ele tem feito nessas últimas noites de insônia, calor e angústia. Se sentir vazio não é novidade pra ele, pois já faz muito tempo que procura respostas pra certas perguntas, que parecem aos olhos de muitos, serem tão óbvias. Tudo ao seu redor parece se perder pelo simples fato de estar por perto.
Não me lembro quando foi o momento em que pareceu ser o início de sua decadência. Um força súbita explodia e emanava de sua alma, dominando seus sonhos e pensamentos mais relevantes. A vida se mostrava cada vez mais cúmplice de seus piores pesadelos, libertando seus demônios e assombrando todos a sua volta.
Ele nunca imaginou que seus sentimentos oscilariam de forma tão brusca, nunca chegou a sonhar em viver nesse mar de incertezas, levando-o mais ainda para longe de seu porto seguro, que mesmo em ruínas o colocava nos eixos.
Triste mesmo é vê-lo revirando lembranças de momentos felizes, pra ver se arranca um mero sorriso do próprio rosto... rosto esse que não consegue mais esconder o que se passa dentro do peito.
Normal pra ele, que aos poucos se torna um cara comum, monótono, sem ambições e sem amores.
O tempo tem sido cruel com ele, parecendo passar devagar quando não deveria e correndo quando ele mais precisa.
Sempre ouviu falar que "ele era maior que seus problemas", e ainda hoje o que o faz continuar sobrevivendo em seu porto seguro é a vontade de mostrar pra si mesmo, que não é só mais um entregue ao fracasso.